Primeiro, quero deixar claro que a graça não está relacionada apenas ao Novo Testamento ou novo nascimento. Nós vemos ainda em Gênesis que Noé achou graça diante de Deus. Gosto de usar como exemplo a palavra “explosão”. A humanidade já conhecia essa palavra, mas após a explosão da bomba atômica, essa palavra ganhou um significado mais abrangente, a nossa idéia sobre “explosão” foi multiplicada. Assim, foi com a graça de Deus demonstrada em Cristo, nos fez ver a graça com uma abrangência maior. Em Cristo, a graça se manifestou salvadora a todos os homens.
Gosto de citar um dito popular que ouvi: Misericórdia é não recebermos o que merecíamos, e graça é recebermos o que não merecíamos. Em Hebreus 12.28, vemos sobre “retermos a graça pela qual sirvamos a Deus”. Da mesma forma que existe a graça para a salvação, existe a graça para o serviço. A graça, primeiro, nos salva, e depois nos faz ser servo. Deus disse a Paulo: “A minha graça te basta!”. Existe também uma graça para socorro.
Paulo fala em Coríntios que somos despenseiros da multiforme graça de Deus. Isto significa que existem muitas formas e expressões pelas quais a graça se expressa. Um exemplo que podemos associar a esta multiforme graça de Deus é a eletricidade. Em uma casa, a mesma eletricidade produz luz (lâmpada), vento (ventilador) e calor (forno).
Temos muitos textos falando sobre a graça em toda a Bíblia, e só vamos entendê-la, em suas várias formas de manifestação, se lermos todos eles. Não podemos pegar um único texto para entendermos a multiforme graça. Alguns pregadores entram em extremos porque estão vendo apenas um lado da graça. Mas, precisamos ser equilibrados!
A graça é multiforme. Não podemos considerar a graça com uma única forma de atuação. Alguns fazem isto, e de maneira indireta até dizem que não há problema em pecarmos, porque Jesus já resolveu. Mas, precisamos andar de acordo com a solução do problema.
O pecado foi resolvido em Cristo, e estamos em Cristo no âmbito espiritual, mas ainda estamos em carne no sentido físico. Pedro fala que nós estamos aguardando a salvação que vai se manifestar nos últimos tempos. É algo que nos está reservado no céu, e nós estamos aguardando na terra esta herança que está no céu, vivendo pela fé e guardados pelo poder, então, temos que permanecer nessa posição aqui na terra, tomando posse do que é nosso e fazendo o que a Bíblia recomenda: andando no espírito e jamais satisfazendo a vontade da carne. Temos que nos posicionar no que é nosso direito.
A condenação e a acusação nem sempre tem um resultado ruim na Bíblia. Se o nosso coração não nos acusar temos confiança, mas se ele nos acusar, alguma coisa está errada, ou seja, existe o peso da consciência sim. Portanto, eu posso confiar naquilo que meu coração me diz, não é o que satanás ou as pessoas me condenam, mas se o meu coração me condena.
Se eu não confesso e não me arrependo do meu pecado, é perigoso. Em Hebreus, vemos que nós servimos de lei para nós mesmos, acusando ou nos defendendo, não é que estamos sem lei, a questão é que nós somos a lei. Paulo disse: “Não estou sem lei para com Deus, mas estou debaixo da lei de Cristo”. Alguns expõem a ignorância em público e dizem: “Estou sem lei e quem prega sobre não fazer coisas, ainda são pregadores sem lei”. O problema é que estas pessoas pensam que toda palavra “lei” na Bíblia se refere a lei mosaica, mas não é. O homem, enquanto estiver na terra, não vai viver sem lei, sem limites, porque Deus não é Deus de confusão.
O objetivo de Paulo não foi viver como quem não tem lei, mas que ele queria ganhar os que tinham e os que não tinham lei. Ele não teve vergonha de viver como se estivesse cumprindo a lei.
Alguns me perguntam: Qual o mais importante, a graça de Deus ou o temor do Senhor?
Eu pergunto: O que é mais importante, a asa direita ou esquerda do avião?
Nenhum comentário:
Postar um comentário